domingo, 15 de agosto de 2010

Amigos?

Tenho dias, tais como os últimos, nos quais desconfio do meu papel na vida das pessoas. Desconfio que posso estar servindo apenas para tapar buracos, quebrar um galho enquanto não aparece alguém menos genioso, mais solícito e agradável. As garantias de fato não existem quando se trata de relacionamentos interpessoais, pois não somos como eletrodomésticos comprados nas Casas Bahia. Mas, se for pra ser amigo, que seja por completo.
Somos seres complexos demais, limitados demais também. Não vamos conseguir entrar com processos jurídicos porque a conexão com aqueles que considerávamos amigos falhou. Mas existem sinais e são esses sinais que movem todas as coisas, são eles que não podem falhar, não deve haver ruído nessa comunicação.
Essas coisas de tentar desvendar o que as outras pessoas pensam, tentar achar o que existe de escondido, o que possa ter ficado subentendido... É a forma mais desonesta de tentar levar um relacionamento, seja qual for. Não somos jogos de lógica e raciocínio comprados em sites na internet. Merecemos mais do que um amontoado de suposições e desconfianças. Merecemos mais do que sermos colocados em prateleiras com etiquetas ‘confiáveis, mas infantis’, ‘confiáveis, mas estourados’, ‘confiáveis, mas...’. Ou confia, ou não confia, cacete.
Todos nós somos repletos de coisas que precisamos aperfeiçoar, rever, crescer, mas isso não deveria atrapalhar e decepcionar tanto, já que defeito é ‘pré-requisito’ de todo ser humano. Escolho com calma todos aqueles que quero ter comigo durante muito tempo e, depois de escolhidos, não vejo motivos para tratar todos como ‘ex-drogados’ prestes a ter uma recaída.
As pessoas são passíveis a erros e todas elas, sem exceção, vão errar um dia. Erro maior, ao meu ver, são as pessoas que tentam achar coisa aonde não tem e vêem isso como sinal de vivência e maturidade. Não passa de uma fragilidade sem igual, uma maneira clara de dizer que não está preparado para relacionamentos, para erros seja os meus, ou seus. Pode parecer extremista demais, contudo, se for pra ser rodeado de mistérios e de inseguranças, não chame de amizade. Quando perguntarem fale que é um conhecido que te faz rir às vezes. Parece besteira, mas é isso: um conhecido que te faz rir às vezes.

Por Dara Bandeira

4 comentários:

  1. me fez refletir, tenho pra mim que concordo com você.

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  2. muito bom o texto! achei seu blog por acaso!
    mas concordo com vc! amizade é sinônimo de confiança! ah to te seguindo tah! beijos

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  3. " Um conhecido que te faz rir às vezes."

    Muito bem colocado, Darinha.

    Sorrisão de saudade pra você!

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Ao menos pude lhe fazer pensar, meu caro ?