sábado, 29 de dezembro de 2012

Sobre as pessoas.

Gosto de gente que é por inteiro. Sem medo, sem medidas.

quinta-feira, 27 de dezembro de 2012

Cartas.

Sobre o hábito de escrever cartas sinto falta da expectativa da resposta. A expectativa de saber em que momento a pessoa a lerá. Sinto falta de ter que suprimir pensamentos, para que a leitura não se torne pesada. Sinto falta de escolher o papel, a caneta, envelope e selo. Sinto falta do processo longo de encontrar um gancho para despedir, mesmo querendo continuar escrevendo. Sinto falta do cheiro de bloquinho novo. Sinto falta de vigiar o carteiro. Em contra partida, se você demorar mais de 10 minutos para responder um sms, já acho que o problema é pessoal.

quarta-feira, 26 de dezembro de 2012

Rio 50º

Quando está calor e você acredita que não há nada melhor do que o ar condicionado, é a hora do engano. Na verdade, não há nada melhor do que sair de casa, esquecer do mundo e se reunir com que você ama. Claro, num lugar com ar condicionado que dê conta dos 40 graus que faz às 22h30. Salve àqueles que têm amigos. Salve aos que têm amor. Eu tenho.

terça-feira, 25 de dezembro de 2012

Feliz Natal e etc

Talvez para alguns seja uma data mega especial, para outros não faça tanto sentido assim. Tenho aquele pensamento de sempre, de que as datas comemorativas servem, no mínimo, para nos lembrarem de que precisamos parar para refletir sobre algumas coisas. As datas comemorativas, em geral, aproximam. A gente fica com o coração mais aberto. A gente suporta as perguntas indiscretas dos familiares, a gente sai da dieta, a gente dorme tarde, acorda tarde, lava a louça, faz favores. Eu ia escrever só porque é Natal, mas mudei de ideia, sabe? Decidi escrever porque me lembrei, de uma forma nem tão legal assim, que a vida é curtinha. Aproveita que é Natal, que você sobreviveu ao fim do mundo, que tem alguém que te ama. Aproveita e agradece, abrace, beije. Aproveita que a data e o momento pedem. Mas faça isso amanhã também, e depois, e depois, depois. Feliz Natal, sorte, amor e paz. No dia 25 e nos outros.

sábado, 22 de dezembro de 2012

Sorte

Têm dias que me lembro o quanto sou uma pessoa de sorte. Sorte porque estou rodeada por pessoas que me fazem ter vontade pra vida. Vontade pra seguir em frente, vontade de crescer, de ser mais, de me doar mais. Eu sou uma pessoa de muita sorte, arrisco dizer que atraio boa sorte também. Arrisco dizer que sou bem-sucedida naquilo que faço, porque tenho pessoas que contribuem para que isso possa acontecer. Que sorte a minha tantos encontros. Que sorte a minha ter nascido nesse tempo. É boa sorte, só pode ser :)

sábado, 8 de dezembro de 2012

Sobre as faltas

Desejo que não te falte nada. Contudo, se algo tiver que te faltar - e sei que sempre falta alguma coisa - que esse algo não seja a paz.

sexta-feira, 7 de dezembro de 2012

Entre irmãos

Enquanto isso no 758: dois irmãos conversam sobre o relacionamento com os pais. O mais novo, depois de algum tempo, chora por não ter apoio do pai para fazer o que mais gosta na vida, dançar. A cada vez que ele soluça, descrevendo o que sente quando dança, o irmão mais velho diz que veio ao mundo para apoiar tudo que for fazê-lo feliz. Concluo que há irmãos que vieram para amenizar os traumas todos. Irmãos para que a vida seja mais leve. Achei bonito.

quinta-feira, 6 de dezembro de 2012

A modernidade

"A conclusão a que cheguei, ao tentar entender a ansiedade dos contemporâneos, é a seguinte: o que faz nossos medos particularmente dolorosos, insuportáveis, é a falta de clareza sobre as suas causas. Em outras palavras, o que nos faz sofrer mais do que qualquer outra coisa, envenenando nossos prazeres cotidianos e provocando pesadelos, é a própria incerteza, tanto sobre a condição humana como sobre nossa ignorância (...)" Zygmunt Bauman ♥

domingo, 2 de dezembro de 2012

Sobre os manuais

A vida não vem com manual de instruções e, caso viesse, tenho certeza de que ninguém leria. Ou melhor, leria só a parte dos efeitos colaterais, assim como a gente faz com as bulas de remédio. O jeito é esperar pelo inesperado e aproveitar o últmo mês do ano. Ainda não sei se é mesmo no dia 21 que o mundo acaba, mas, por via das dúvidas, é melhor vivermos como se fosse o último mês, o último dia, as últimas horas. Sem choro, sem despedidas, sem sofrimento. Que só fique a vontade de fazer o outro um pouco mais feliz. Obrigada aos envolvidos e boa semana. :)

quinta-feira, 22 de novembro de 2012

Eu só acho

Das coisas que acho: a gente precisa aprender a ser feliz com o que temos. E a gente precisa aprender a conviver com as adversidades da vida. A principal delas: nunca deixar de sonhar. De querer. De acreditar.

sábado, 17 de novembro de 2012

Sobre o fim do ano

Tenho a impressão de que o ano acaba por um motivo bem maior do que comercial. Não quero forçar a barra e pedir pra que todos esqueçam as questões religiosas que giram em torno da data, mas acho que numa interpretação livre e isenta, chego a seguinte conclusão: O ano acaba para que a gente entenda de uma forma mais óbvia que a vida é feita de ciclos. O ano acaba pra que a gente entenda que é preciso começar de novo, ainda que seja a dieta, os planos de ser melhor. É isso, o ano acaba pra que a gente seja melhor. Pra que a gente se lembre que tudo é finito, inclusive, nós. Espero um dia conseguir enxergar essas coisas todos os dias, todas as horas, minutos, segundos. A vida assim vale mais a pena. Boa semana, porque o ano tá acabando, mas eu ainda espero ansiosamente por um dezembro cheio de realizações.

domingo, 11 de novembro de 2012

Monografando

Entre o momento em que me convenço que preciso sentar e escrever a monografia até o que eu abro o documento e escrevo, há um mar de coisas. Todas elas que parecem bobas, mas fazem parte de um ritual para fazer meu cérebro entender que, apesar de estar uma noite linda, de eu ter amigos ótimos, de o estação estar com filmes que quero muito ver, apesar de domingo ser o dia internacional da preguiça, estudar é preciso. Tô no clima de "Chegamos ao fim". Mas é só o começo.

terça-feira, 9 de outubro de 2012

Lado do sol

Ainda há gente de bom coração, olha que graça: Entro no ônibus às 8h da manhã, ponto final. Me sento do lado da sombra, óbvio. Uma senhora de uns 70 anos sai do seu lugar e diz: 'Lindinha, quando chegar no engarrafamento da Taquara, o sol vai estar desse lado. Senta ali daquele lado que é melhor'. Troco de lado e quando chego ao engarrafamento e me deparo com o sol do outro lado, reparo que a senhora me olha com aquela cara de 'eu te avisei'. Não tem como deixar de amar essa classe média que já sabe até a posição do sol durante o engarrafamento. ♥

domingo, 9 de setembro de 2012

A Alma Imoral

Voltei do teatro encantada com a releitura da obra 'A alma imoral'. Confesso que de todas as parábolas que foram contadas, extraí coisas muito positivas, que me soaram como um choque de realidade. Uma das partes que mais me chamou atenção, e talvez seja uma injustiça dizer isso pela grandiosidade do monólogo, é quando ela fala sobre transgredir as regras, as próprias regras. É quando ela salienta que transgredir as próprias convicções faz parte do amadurecimento natural de cada um de nós. Relendo o Nilton Bonder, Clarice lembra que por mais confortável que possa parecer o um lugar estreito, e isso começa desde o ventre, é importante suportar todas as contrações que nos impulsionam para o lugar amplo. Uma bela maneira de começar a semana foi reforçando a convicção de que é preciso seguir em frente, quebrar paradigmas, perceber o mundo de uma forma diferente, pensar fora do quadrado. É preciso ser mais flexível para descobrir todos os lugares amplos que nos esperam. Boa semana.Voltei do teatro encantada com a releitura da obra 'A alma imoral'. Confesso que de todas as parábolas que foram contadas, extraí coisas muito positivas, que me soaram como um choque de realidade. Uma das partes que mais me chamaram atenção, e talvez seja uma injustiça dizer isso pela grandiosidade do monólogo, é quando ela fala sobre transgredir as regras, as próprias regras. É quando ela salienta que transgredir as próprias convicções faz parte do amadurecimento natural de cada um de nós. Relendo o Nilton Bonder, Clarice lembra que por mais confortável que possa parecer o um lugar estreito, e isso começa desde o ventre, é importante suportar todas as contrações que nos impulsionam para o lugar amplo. Uma bela maneira de começar a semana foi reforçando a convicção de que é preciso seguir em frente, quebrar paradigmas, perceber o mundo de uma forma diferente, pensar fora do quadrado. É preciso ser mais flexível para descobrir todos os lugares amplos que nos esperam. Boa semana.

sexta-feira, 7 de setembro de 2012

Sobre independência

Tá quase no finzinho do feriado, mas acho que ainda vale lembrar. Ouvi de um amigo hoje que é preciso comemorar a Independência e concordo. Espero um dia comemorar que somos todos responsáveis pelas nossas próprias leis. Sonho pelo momento em que cada um vai responder por si, vai falar por si e, sobretudo, vai ser livre para ser quem quiser. Cada um vai amar quem quiser, vai ler o que quiser, ouvir o que quiser. A nossa liberdade e independência conseguirá ir além da página 5 e, quem quiser, vai poder beber pra comemorar, fumar um charuto, acender uma vela de 7 dias, bater o seu tambor, orar pra agradecer, rezar, fazer sua romaria, agradecer ao universo, sabe-se lá. Todos nós seremos independentes, livres. Nós enquanto pessoas e enquanto país. Estamos de olho e estamos torcendo. Feliz Dia da Independência.

domingo, 26 de agosto de 2012

Felicidade Líquida

Estou aqui começando a semana na companhia do uruguaio Eduardo Galeano, quando leio a seguinte frase: “No mundo de hoje é proibido ficar satisfeito.”. Que louco concordar com isso. Poucas são as pessoas satisfeitas. E menor ainda é o número de pessoas que assumem essa constante denominada insatisfação. Vivemos numa busca desenfreada por várias coisas que rotulamos como felicidade. Li outro dia aqui no meu feed uma frase que faz muito sentido. Ela dizia que uma vida feliz é feita de dias felizes. Comece por hoje. Seja feliz com o que tem hoje. Tenha vontades, ambições, desejos, sonhos e planos. Mas desejo que o não-conseguir, não seja um motivo para desistir, para se frustrar, para não ir em frente. Boa sorte pra nós.

quinta-feira, 9 de agosto de 2012

Sobre o ser

Eu sei que a fome mata, que as drogas matam, que o crime mata. Mas não há uma morte mais dolorida do que quando a gente deixa de ser o que quer. Quando a gente deixa de ser feliz porque em algum momento alguém disse que não deveríamos, que não seríamos capazes. A gente pode tudo, mas é preciso querer. Querer com vontade, querer e agir.

quinta-feira, 14 de junho de 2012

Pai Bruno e a Pombagira

Essa semana aqui no Rio prenderam o Pai Bruno de Pombagira. É isso mesmo, Pai Bruno de Pombagira. Eu recebi a notícia e fiquei em choque, porque muita gente caiu no golpe. O cara é um estelionatário que prometia trazer a pessoa amada de volta em 3 horas. Mais rápido do que muito fast food por aí. Pai Bruno cobrava R$300 pelo ‘serviço’. Mas em alguns casos, ele fazia chantagem com as pessoas, dizia que o diabo pediu um preço mais alto pela vida do ‘amado’. No fim das contas, as pessoas liberavam em torno de R$500 e, óbvio, não tinham a pessoa amada de volta. Eu ri, brinquei entre os amigos da redação, depois me questionei em relação a algumas coisas. Uma delas é em relação à carência emocional das pessoas. Pelo perfil das vítimas, não tinha ninguém que não estudou, ou algo parecido. Mas tinham pessoas amarguradas, que desacreditaram em outra possibilidade de amor e se agarraram a única que tinham. Triste, muito triste. Tudo isso de querer amarrar através de ‘magia’ uma outra vida. Isso é reflexo de um mundo de pessoas carentes e, sobretudo, descrentes. Pai Bruno vai ficar, no mínimo, 10 anos na cadeia. Sugiro que durante esse tempo as pessoas achem outras formas de amar e serem amadas. O mundo está cheio de possibilidades.

segunda-feira, 11 de junho de 2012

Branca de Neve e o Caçador

Fui assistir "Branca de Neve e o Caçador" ontem, voltei pronta pra dizer que conheço muita rainha má, que faria tudo pra preservar a beleza e a juventude. Elas estão em toda parte, não há como negar. A diferença é só o poder. Ao invés de conseguir sugar a beleza de mulheres mais novas, as rainhas más que eu conheço conseguem investir uma boa grana, que por vezes não têm, em procedimentos para rejuvenescer. Há um temor na palavra 'velha'. Ninguém quer envelhecer, mas são poucos que querem morrer jovens. Mas o que vale mesmo é o coração.

quinta-feira, 7 de junho de 2012

Sobre o autoconhecimento

Cheguei à conclusão de que não existe nada melhor na vida do que o autoconhecimento e, em consequência, o autocontrole. É muito gratificante não se sentir constrangido ou em dúvida por algo uma situação conflitante. É bom demais ter certeza daquilo que se quer, ter as próprias convicções, ter argumentos para sustentar as próprias ideias. E, melhor do que isso, coisa boa mesmo é você conseguir ser assim e continuar respeitando quem pensa diferente de você. Respeitar quem viveu, seja menos ou mais que você, e mantém uma posição diferente. Nós somos diferentes, temos vivências diferentes. Ter convicção do que fala não significa, necessariamente, ser o dono da verdade. Até porque, a verdade é só uma questão de ponto de vista. Tenha o seu, sustente seus argumentos, mas não desacredite e nem subestime quem pensa diferente. Eis o segredo do convívio harmonioso, o respeito.

segunda-feira, 4 de junho de 2012

Não subestime as outras pessoas

Não subestimem as outras pessoas. A gente nunca sabe o que os outros carregam consigo. Não sabemos o que as pessoas passaram, não sabemos das dores, das alegrias, das aflições. Não sabemos quantas vezes elas foram abandonadas, nós desconhecemos quantas vezes um outro alguém se achou sortudo por tê-la. Nós não nos importamos em saber sobre um outro alguém, saber sem querer o mal, saber para aprender. Não sabemos o que ele pode ser se uma chance for oferecida. Não sabemos mensurar a capacidade do outro de oferecer algo que nos pode ser útil. Nós não sabemos os signos que ele carrega. Não subestime as outras pessoas.

quinta-feira, 31 de maio de 2012

Sobre a morte

A morte sempre me lembra o quão frágil nós somos. E parece que passamos a vida toda sem nos lembrarmos disso. A cada pessoa que se vai, lembro que a vida só vale à pena se tivermos a quem amar, se deixarmos nosssa marca. Parece cliché dizer tudo isso, mas é ruim demais perder alguém sem poder dizer o último "amo você". É ruim não ter dito que a pessoa é especial, que cozinha bem, que tem sempre as melhores histórias, que inspira pra vida. Por essas e outras, ame, deseje o bem e revolucione.

segunda-feira, 28 de maio de 2012

Marcha das Vadias e a intolerância

É complicado entender algumas coisas no Brasil. Nós, enquanto mulheres, conquistamos ‘muita coisa’ nas últimas décadas. Nós temos o direito ao voto, nós estamos representadas em todas as profissões, nós lutamos para a equiparação salarial e, por último, mas não menos importante, agora tempos uma mulher nos representando politicamente. Nós atravessamos uma revolução sexual – embora eu não goste de usar o termo revolução – e não há como negar que, por mais que muita coisa tenha sido conquistada, ainda há muito para mudar. Precisamos quebrar muitos paradigmas, preconceitos, pensamentos obsoletos e machistas que não cabem em uma sociedade que se julga em desenvolvimento. Acho que como disse o Sakamoto em uma de suas publicações, nós estamos longe de manifestar nossos sentimentos livremente e aí que surge todo o problema. Nós não quebramos alguns tabus, nós não reconhecemos o nosso próprio preconceito. Se você não se encaixa num padrão já pré-estabelecido, está pedindo pra apanhar, pra ser abusada, pra ser motivo de chacota. Eu sei porque já fui, ainda sou. Se a regra é que homens jogam futebol e meninas dançam balé, não seja diferente. Se menina só pode beijar menino, quem sou eu para me apaixonar por uma garota? O problema é que isso não fica só no âmbito familiar, a sociedade nos impõe isso, o tempo todo. Nós não podemos muitas coisas e não há um motivo lógico. É pura e simplesmente pela intolerância e pela manifestação de violência gratuita. Parece que não ser padrão proporciona esse sentimento. Triste, mas real. O Brasil se preocupa com educação, com violência, mas não percebe que muitos problemas sociais enfrentados pelo país poderiam ser evitados com a propagação da tolerância, com o aceitar o outro como ele é, independente do gênero, da opção sexual, da nacionalidade. Tolerar e Respeitar. E quando digo não é tolerar a minoria, até porque, segundo a última pesquisa, as mulheres são maioria. Eu falo de tolerar o outro. Independente de.... A marcha das vadias é uma manifestação que prova que há muita coisa velada, há muito para ser divulgado. Se eu contar parece mentira, mas, sim, há mulheres que apanham e são violentadas verbal e fisicamente porque se “vestem como prostitutas”. Por isso, meninas, não usem o uniforme da prostituta. Sigam o padrão, sigam as regras impostas, é o seu carma, é sua sina. Século XXI, fim de doenças raras, avanços tecnológicos, mundo pós-modernos, crises da pós-modernidade e somos obrigadas a conviver com situações que me fazem repensar todo esse avanço. Desculpa, mas a culpa não é minha. Não são as meninas que andam fora da linha. Desculpa, mas eu me visto como eu quiser, ouço o que eu quiser, beijo quem quiser, leio o que quiser. Deram-me o direito de usar meu cérebro e isso é o que de mais valioso eu tenho. Não posso abrir mão.

quinta-feira, 24 de maio de 2012

Quem perde é você

Quando você desiste de uma pessoa porque ela parece ser tempestuosa, ou tímida, antipática, rude, seja o que for, você perde a chance de tornar-se uma pessoa melhor. Você que não testa a sua capacidade de aprender a conviver com a diferença. Você que perde a possibilidade de descobrir o que há por trás do achismos e preconceitos. Você que perde a chance de ter um amigo que não é igual a você, mas te ensina, te dá outro ponto de vista. Você perde a chance de ter, no mínimo, uma observação 'antropológica' de um outro mundo. Você perde a chance de parar de olhar para o próprio umbigo e enxergar que ainda há muito há ser vivido. Quem perde é você.

segunda-feira, 21 de maio de 2012

Sobre a Beleza

É bom alertar, já que não tenho costume de fazer isso, que o texto não é meu. Mas me identifiquei tanto, mas tanto, que resolvi quebrar o protocolo. A autora, Rosana Hermann, é fantástica, vale assinar para receber as atualizações no Facebook.
Eu sempre quis ser bonita. Muito bonita. Não rolou. Todo meu esforço, no máximo, termina em elogios como 'você está elegante', 'ficou ótimo pra você' e outras gentiliezas que o mundo me oferece de forma benevolente pelo meu esforço em oferecer uma imagem agradável. O fato é que, bonita, nunca fui. O mundo gosta de pessoas bonitas, da beleza. Porque a beleza, em última instância, é algo que a pessoa oferece para os outros. Os outros se beneficiam de forma imediata dessa beleza. É como um encantamento. A pessoa chega e encanta. Em geral, todos querem servir, agradar a pessoa bela. A beleza faz com que as pessoas queiram abrir portas para você. Ocorre que o mesmo mundo que premia a beleza e acha lindo que a pessoa saiba e aceite que é bonita, não admite que nenhuma pessoa inteligente diga que assim o é. A menos que a pessoa inteligente e linda, ela não poderá jamais tocar no assunto. Porque a inteligência, ao contrário da beleza, não parece ser um dom coletivo. Embora a produção da inteligência tenha deixado grande legado para toda a humanidade, as pessoas preferem gênios mortos a inteligentes vivos. Se a beleza estimula o outro a tentar ficar mais belo, a inteligência muitas vezes gera desconforto. Quando a criança é ainda pequena e inteligente, ela é vista como precoce e gracinha. Ao se tornar adulta, porém, o encanto some e fica apenas a obrigação de ser humilde, muito humilde. Há que se tomar cuidado para não ofender ninguém com um raciocínio. Sempre quis ser linda. Não deu. Mas desde cedo percebi que algumas coisas pareciam fáceis na minha cabeça, como se eu já tivesse nascido com alguns aplicativos que cortavam caminhos. Eu aprendi depressa, imaginava, criava soluções, via saídas. Minha vida confusa e destrambelhada só foi possível porque tive esse agente facilitador, essa dádiva. Em vez de beleza, voz bonita e tudo mais, rolou de ter esses softwares préinstalados. Foi assim que sobrevivi, criei meus filhos, arrumei trabalho. Acho que na maior parte dos anos eu passei juntando minha caixa de ferramentas, que inclui agulhas de costura, crochê, tricô, aplicativos, programas, martelos, chaves de fenda, canetas, teclados, colheres, canivetes e tudo o mais que aparecesse na minha frente. Não sou um gênio,não tenho títulos impressionantes, não ganhei um Nobel, não sou consagrada. Mas eu tenho aquilo que todas as pessoas inteligentes, esforçadas, corajosas têm: independência. A inteligência não apenas rima com independência, ela viabiliza muita coisa em sua vida. Outro dia, eu precisava resolver um problema de trabalho. Nâo estava dando certo. Até que lembrei de duas ferramentas e montei uma solução. Funcionou. Fiquei feliz. Não tenho quase ninguém com quem dividir essas alegrias bobas, a não ser com algumas pessoas com quem trabalho. Certamente não posso postar autoelogios ou alegrias desse tipo de forma aberta na web, porque isso resulta sempre em uma saraivada de ofensas, gritos de ódio apontando minha falta de humildade, tomates podres atirados por todos os que se incomodam com tudo. Então eu levantei para lavar as mãos e, no caminho, parei para conversar com a Ju Mosca, que é jovem, graciosa, peculiarmente bonita e muito inteligente. - Ju - eu disse - eu queria dividir uma bobagem com você, porque com você eu sei que posso. - Diga - Fiquei tão feliz agora em encontrar uma solução. Fiquei tão grata ao mundo por ter uma inteligência que me atende, que resolve. - É, ser inteligente é muito legal. Faz a gente ser independente. - É, mas eu sempre quis ser bonita. - Mas a beleza passa, muda. A inteligência só melhora com os anos. - Eu acho bacana gente bonita. O problema é que ser bonita acaba levando pra muitos caminhos de dependência. A pessoa fica dependente do elogio alheio, da paparização. A beleza precisa do outro. - A inteligência permite que você resolva muita coisa sozinho. - Verdade, Ju. Acho que a diferença é que a beleza faz com que as outras pessoas abram portas para você. - E a inteligência faz com que você mesma consiga achar soluções para abrir todas as portas. - E o conhecimento é a soma de toda inteligência humana, ali, pronta pra você usar. O conhecimento, como num passe de mágica, para belos, tolos, feios e sábios, apenas diz: abracadabra. Rosana Hermann

quinta-feira, 17 de maio de 2012

Sobre as mulheres

Tá rolando uma teoria sobre mulheres no trabalho e eu gosto de parafrasear Charles Bukowski, quando diz que para se recuperar de um desamor de uma mulher, somente conseguindo outra. E, assim que você estiver recuperado (a), ela te deixará. Ai você dá um choque de realidade, samba na cara dos contos de fada, mas é aceita. Sério mesmo, meu sonho é ver a branca de neve aprendendo a gostar do do caçador. Vivendo com ele, amando, aceitando.

segunda-feira, 14 de maio de 2012

Paciência

Se eu contar que fui ao dicionário procurar o significado da palavra "Paciência", você acreditaria? Eu preciso descobri onde perdi, preciso que entreguem no achados e perdidos. Antes que eu me perca de vez. Paciência: Virtude que faz suportar com resignação a maldade, as injúrias, as importunações, etc. Perseverança, constância. Qualidade de quem suporta males ou incômodos, sem se queixar. Resignação. Sangue frio. Insistência tranquila em trabalho difícil e longo.

segunda-feira, 7 de maio de 2012

Sobre as simulações

As pessoas têm muita necessidade de serem vistas e acho legal a reação delas diante de uma câmera. Acho que a câmera produz acontecimentos, as pessoas mudam o jeito de andar, mudam a feição, mudam a pose, as pessoas ajeitam o cabelo. Tudo pra minha lente. Tudo para parecer ser algo. É como se eu tivesse um desses biscoitos para adestrar cães, sabe? Eu aponto a câmera e pronto, ele deita, rola, cumprimenta.Intrigante. Mais intrigante é perceber que nada é o que parece, né? Uma fotografia ou um arquivo de vídeo é uma seleção de momentos. Cada vez que fotografo alguém percebo que a gente pode simular, o tempo todo

quinta-feira, 3 de maio de 2012

Traumas da infância

Não sei se todos vocês acompanharam a repercussão do caso de uma mulher de 38 anos, chamada Luciane Nunes. Ela processou o pai por abandono afetivo. É isso mesmo, o pai da Luciane vai ter de pagar R$ 200 mil à filha por não ter cumprido o seu papel enquanto pai. Acho um tanto complicado essa situação, porque muita gente, e me incluo nisso, não teve a presença de um pai. Também teve lá os seus traumas, as substituições, a meia-culpa de algum familiar próximo. Mas, gente, é preciso superar. As pessoas deitam em cima do trauma da primeira infância e usam como desculpa pro resto da vida. Fora que a justiça está julgando fatores extremamente delicados, ligados a sentimento e tal. Mas não é sobre isso que quero falar. É sobre todas essas coisas de infância, de trauma, de processo. Gente, traumatizou? Psicólogo, análise, búzios, tarô, macrobiótica. Só não estaciona. Não pare, porque o mundo vai seguir enquanto você se recupera do abandono do seu pai quando você tinha 5 anos.

domingo, 29 de abril de 2012

Sobre as cotas

Tem gente que fala ser contra as cotas com tanta propriedade, que parece que vive em outro país. Um país onde o preto não é discriminado e marginalizado por conta da cor da pele. Um país onde não existe resquícios da escravidão tão clarividente. Uma educação de merda, seletiva, com escolas básicas sem estrutura para educar ninguém. A política de cota, de fato, não é a melhor solução para o Brasil, mas eu espero que quem é contra tenha uma melhor. Algo que não faça um negro ter que esperar mais 200 anos para não viver à margem da sociedade. Boa semana.

quarta-feira, 25 de abril de 2012

Amor líquido

Bom, terminei, finalmente, de ler 'Amor líquido', do Bauman. Confesso que tenho um tanto de preguiça de relacionamento, de perdão, de entender, de ceder. Confesso que faz tudo sentido quando eu leio sobre a pós-modernidade, mas a vida é real e é aqui e agora. Parece que não temos tempo para amar e sofrer. Tudo é tão rápido, tão líquido. Em termos de Bauman, a fluidez dos tempos modernos não me permite parar e pensar quão importante seria ter um amor. Cá entre nós, soa demodè: ter um amor, como assim? O ideal é ter algo pra contar, um desamor, um flerte qualquer. Amor é pro tempo do meus avós. E mesmo assim eu penso, repenso, trepenso. Eu quero uma possibilidade de amar, ainda que na pós-modernidade. Eu quero algo para cuidar, para me perder, para achar. É louco porque todos nós sabemos como funciona. Mesmo assim, queremos. E eu me pergunto, pra quê? Ai, Bauman, perdão.Somos fraude, em plena pós modernidade.

segunda-feira, 23 de abril de 2012

São Jorge, guerreiro

Hoje é Dia do São Jorge e eu fui acordada por uma quantidade absurda de fogos, às cinco da manhã. Eu já aceitei que na vida de jornalista não há feriado, não há fim de semana. O que há é uma vida que é corrida, uma vida na qual as notícias factuais deixam de ser factuais em segundos. Eu entendi que mesmo vendo muitos amigos indo viajar para curtir o feriado, curtir o dia livre, eu terei que trabalhar, e não vai ser raro. Mas ser acordada às 5 da manhã? Eu não tenho nada contra as manifestações para homenagear o Santo Guerreiro, nada mesmo. O Brasil precisa mesmo desmistificar a questão das religiões, seja católica, protestante, candomblé, o budismo. Mas eu não me contive, sou da geração “@”. Levantei da cama às 5h30 e publiquei minha indignação por ter sido acordada 2 horas antes do previsto. Tinha mais gente reclamando, claro. Por fim, se existe mesmo o santo e o dragão do santo, provavelmente o dragão também acordou enfurecido com tanta manifestação. Ano que vem quero que seja minha folga e vou a algum lugar onde não seja ritual comprar a casa de fogos e acordar a vizinhança.

terça-feira, 17 de abril de 2012

Smartphone – o telefone que pensa como você

Já foi o tempo em que ter um telefone inteligente era uma vantagem muito grande. Talvez esse fato se deva ao desenvolvimento da internet 2.0, já que com ela o usuário tem a capacidade de interferir, de opinar. Há uma troca que compromete toda a forma de comunicação. Deixamos de ser passivos em relação a ela e isso exige que toda a tecnologia seja mais elaborada, para que supra às necessidades dos usuários. Para que seja atrativa, para que tenha diferencial, é preciso muito mais do que ser um smartphone, ou telefone inteligente, ele precisa pensar como você pensaria. Parece loucura, uma tecnologia avançada demais, mas é tudo que uma pessoa cheia de compromissos precisa de um smartphone: Selecionar para quem o seu telefone está ligado. Não entendeu? Você precisa muito atender a ligação de um cliente, mas não quer atender a ligação da sua sogra. Então, milagrosamente, seu smartphone só estará desligado para o número da sua sogra, que, apesar de querida, pode não ser um bom contato no momento. Com a vida corrida, nada mais inteligente do que um smartphone que se lembra de aniversário de seus amigos menos íntimos, aqueles que você até quer manter contato, mas tem preguiça/falta de tempo para e mandar um sms. Então, o seu smartphone faz isso pra você. Ele dispara pra sua agenda, que já tem cadastro próprio, uma mensagem de Feliz Aniversário, genérica, mas carismática. Quer um exemplo? ‘Apesar da minha falta de tempo, saiba que desejo as melhores coisas para você. Muita paz, felicidade e, sobretudo, amor. Um abraço e parabéns. ’ Quer chamar uma amiga para almoçar, mas não sabe o que ela curte? O aplicativo do seu telefone inteligente te ajuda! Você associa o nome dela a um assunto, por exemplo, gastronomia, e ele te dá uma lista de todos os bares e restaurante que ela fez o famoso check-in. Pronto, você já descobriu se ela é naturalista, vegetariana, se curte uma comida japonesa ou prefere um almoço mexicano. Isso serve para teatro, cinema, exposição. Fácil, não? Por fim, um smartphone deveria ajudar a estreitar relacionamentos. Os dias passam muito rápido, num piscar de olhos já se é amanhã e você é tão conectado que se esquece do dia da avó, que se esquece da festinha de dia dos pais, que se esquece de que é de carne e osso e precisa reforçar os laços. Precisar fazer com eles não sejam tão frágeis. E, num mundo moderno, nada como contar com um empurrãozinho da tecnologia. Nem sempre para substituir, mas para te lembrar de que existe um mundo real, que precisa de você.

quinta-feira, 12 de abril de 2012

Sobre a Fotografia

Em outros tempos eu diria que os olhos são a janela da alma. Hoje, digo que os olhos são janela da alma, do corpo e de tudo que compõe o que somos. São eles que nos proporcionam enxergar o que temos de melhor e de pior no mundo. São eles que entregam, todos os dias, uma gama de coisas, que passam despercebidas por conta da nossa correria, nossa frieza por tudo que não nos é permitido ver. (...) Fotografar é largar a nossa descrença de felicidade e perceber que existem muitos lugares a serem vistos, pessoas a serem conhecidas, mundos internos a serem descobertos.

domingo, 8 de abril de 2012

Sobre Páscoa

Pra quem tem família, aproveite o almoço de Páscoa. Pra quem tem religião, comemore a passagem, cante, faça jejum, não coma carne, grite, louve, deseje o bem. Pra quem é 2.0, deixe recado falando sobre a Páscoa e sobre o amor. Mas se for família, seja em todos os outros dias. Se for religião, agradeça todos os dias. Se for amor, cultive todos os dias. Porque não há nada mais triste do que uma vida forjada. Moldada por datas comemorativas. Ame sempre, sempre. Eu poderia só ter dito Feliz Páscoa, mas sei lá, é sempre bom lembrar dos outros 364 dias.

quarta-feira, 4 de abril de 2012

Em que tipo de Deus eu acredito

"No final das contas, o que hoje penso em relação a Deus é simples. E assim: tive uma cadela maravilhosa. Ela havia sido abandonada. Era uma cruza de cerca de dez raças diferentes, mas parecia ter herdado as melhores características de todas elas. Ela era marrom. Quando as pessoas me perguntavam "De que raça é a sua cadela?", eu sempre dava a mesma resposta: Ela é marrom." Da mesma forma, quando me fazem a pergunta "Em que tipo de Deus você acredita?", minha resposta é fácil: "Acredito em um Deus grandioso."

domingo, 1 de abril de 2012

Em alguns casos, só em alguns, minta

Convencionou-se o dia da mentira, ok. Assim como qualquer outro dia que ninguém procura saber o sentido, mas faz uma piada sobre, prega uma peça, faz uma matéria de comportamento e coloca na revista de domingo. Estando ou não no calendário, sendo ou não feriado nacional, convencionou-se. Nada mais justo do que parar pra pensar sobre o assunto, então.

Confesso que, eventualmente, minto. Daquelas mentiras que julgamos não fazer mal a ninguém. Aquela clássica de responder ‘estou chegando’, quando ainda se está em casa ou longe do destino. (Nesse momento aproveito para pedir perdão pelos meus atrasos e mentiras, rs). Aquela outra de responder ‘tudo ótimo, e você?’. Eu fico pensando que são respostas que servem pra minimizar as consequências.

Observe a cena: Passo pela rua, andando às pressas pra pegar um ônibus qualquer (desconsidere a greve só por hoje). Daí passa um ser que não vejo desde a minha formatura da oitava série, e pergunta, só por educação: ‘Tudo bem, querida?’. Imagina se eu fosse falar a verdade. ‘Tá tudo mais ou menos, o trabalho tá bom, mas a faculdade tá um saco. Ah, eu to com uma cólica dos infernos e isso me lembrou que preciso ir ao médico pra ver meus ovários. Mas to sem tempo até pra comer. É, emagreci por isso. E .......’ Nesses casos, minta. Por favor

Na verdade, poderia enumerar vários estilos de mentiras e de mentirosos. Tenho amigos que são ótimos, criam histórias com uma facilidade que costumo dizer que Manoel Carlos deve intensificar os cursos de especialização na área. Outros criam histórias que nem eles seriam capazes de acreditar. São criativos, caricatos, arriscaria dizer que algumas histórias têm até um quê de ficção. Tenho alguns que vivem numa mentira eterna. Ele finge que é verdade e eu juro que acredito. Dois mentirosos.

Mas tenho orgulho dos meus amigos, porque eles podem mentir de vez em quando, mas eu minto também. Eles sustentam meus personagens, quase todos os dias. Dão força, acham graça. São expectadores da minha dramaturgia, digamos assim. Não teria a menor graça sem eles. Não estou dizendo que sou uma mentira, não isso. Só estou dizendo que você pode acreditar no que vê, mas o que você vê pode não ser verdade.

Não apele tanto pela verdade, porque se achasse alguém que te fala a verdade sempre, com certeza não o suportaria. Principalmente quando você fala: ' To chato hoje, né?' ou 'Ai, acho que engordei'.



Boa semana.

Feliz dia da mentira.

sexta-feira, 23 de março de 2012

Essa tal liberdade

Hoje fui a um café cumprir meu ritual das segundas. É isso, tenho um ritual as segundas! Além de escrever para o ‘Segunda-feira eu recomeço’ eu costumo tomar café, em um café perto do meu local de trabalho. Afinal, em casa é algo muito improvável, são atrasos demasiados, são poucas horas para viver a manhã.

O rapaz, com aparentemente 32 anos, dizia a outro cliente: ‘ Mas aquela esposa do Walter não dá folga a ele, ela não deixa o cara respirar, meu irmão. É por isso que eu não caso, quero a minha liberdade. Eu casei mesmo foi com isso aqui, com meu comércio. Deus me livre mulher atentando minha vida.’ Juro que no momento eu pensei... ‘ Meu Deus, por que expor tanta fragilidade e insegurança em uma frase só?’ Vivemos em um país repleto de liberdade, é um tal casar e separar sem fim. Vivemos no melhor destino gay do país, com direito a selo de condecoração e o cacete. Temos milhares de pessoas ‘casadas informalmente’ e não há lei que desfaça esse tipo de relação. Ser solteiro não é mais, necessariamente, sinônimo de estar sozinho.

Agora, haja paciência para ouvir papinho de homem solteiro convicto, bancando de superior. E outra, peço paciência para aguentar as mulheres que afirmam que homem nenhum presta, mas caem de amores pelo primeiro bonitinho rico que aparecer.

Deixa cada um ser o que quiser ser, deixa cada um se submeter ao que quiser. Mas não me venha com discurso machista/feministas. Somos todos livres, não é isso que andamos pelas ruas falando? É uma liberdade vigiada, contestada, concordo. Mas é uma libertinagem, ops, uma liberdade como nunca vimos antes no mundo. Agora me diz: dar satisfação para as outras pessoas é sinal de liberdade? Gritar aos sete ventos que é solteiro e convicto é liberdade? Se for para respeitar, submeter e dar explicação, que seja a alguém que gosto, porque o rapaz da mecânica especializada que vigia a vida dos outros, não se encaixa nesse perfil. E as pessoas que acompanham a sua vida nas redes sociais, mocinha, sempre vão ver a sua contradição quando você aparece apaixonada, dizendo ter achado o homem da sua vida. Chego à conclusão de que liberdade não é pra quem quer, é pra quem pode.

quarta-feira, 21 de março de 2012

Nossas Urgências

Fico um tanto preocupada quando percebo que nós temos uma mania de viver apenas as nossas próprias urgências. Nossos problemas são sempre os mais complicados. Nossos desamores, nossas dores, nossos conflitos familiares ou até mesmo os nossos conflitos interiores, são sempre os mais importantes. Como às vezes é difícil ouvir uma história até o fim, como é complicado nos compadecermos da dor das outras pessoas. Nos comovemos só com os absurdos ocorridos do outro lado do mundo, contudo, esquecemos que existem absurdos, aparentemente menores, na vida de um alguém tão próximo. Dizer coisas bonitas e comoventes pode ajudar. Escrever, compor, cantar, dançar, sair, chorar... Tudo isso talvez ajude também. Mas, a forma mais bonita de ajudar, seria nos desapegarmos de tudo que é nosso e ceder, antes de palavras escritas ou faladas, um minuto das nossas vinte quatro horas diárias para amar a vida de uma outra pessoa. Não digo amar na euforia de um momento bonito. Digo amar, sem motivos tão óbvios, sem pressões de datas comemorativas e momentos que parecem encaixar um ‘ Eu te amo’.

Não sei mais se existe um jeito certo de fazer e sentir as coisas, não sei se existe um jeito certo de demonstrar carinho por uma outra pessoa. Não sei se existe uma maneira menos dolorida de dizer que existem urgências acontecendo e elas não são as nossas. Só sei que hoje parei alguns minutos do meu dia, um tanto corrido, e pensei com tanta força sobre isso. Esse nosso egoísmo exacerbado, essa nossa falta de altruísmo, essa nossa falta de entrega, de doação. Hombridade, já ouviram falar sobre essa palavra? Já olharam no dicionário o significado? Prometo que vale muito a pena. Deveria ser pré-requisito para vida o exercício da hombridade, sabe? Uma vida doada, ainda que não pareça, torna tudo tão mais fácil pra quem recebe, mas, sobretudo, pra quem entrega.



‘E amar muito, quando é permitido, deveria modificar uma vida.’

segunda-feira, 19 de março de 2012

Aos Meus

Não me surpreende nada que os amigos signifiquem tanto em minha vida. Cada um, a sua maneira, são essenciais para que eu continue, apesar dos pesares todos. E eu faço questão de dizer isso, seja através de textos ou de qualquer outra forma. Eu sinto necessidade de comunicar o quanto cada um é importante.

Eu li certa vez, que um talo de girassol não suporta o peso da flor. Estranho, né? Logo o talo, que está ali pra dar suporte e firmeza, não aguenta a flor. Ele, que é do mesmo gene, da mesma família... Ele não suporta o peso da flor. Pensando nisso, acho que podemos usar como metáfora pra vida.

Às vezes, pra quem está mais próximo, pra quem tem ligação sanguínea conosco, aqueles que foram criados para nos dar suporte, eles não conseguem a aproximação que os amigos conseguem. Talvez as mães vão dizer ‘sou amiga da minha filha’, mas todos nós sabemos o quanto é importante se sentir amado por alguém, um alguém que não tem motivos óbvios para nos amar, respeitar, ajudar, suportar, mas, mesmo assim, o fazem.

Eu leio esses textos clichês sobre a importância da amizade, o entendimento dos ciclos, os possíveis desencontros, as mudanças de interesses, as brigas e nada me faz mudar de pensamento. Parte do que eu sou, devo a cada um dos meus amigos que me ajudaram muito, quando nada parecia dar certo. Ou, quando tudo era muito bom e brindávamos à vida, aos amores, ao dinheiro, e a todas as coisas boas que poderíamos ter.

Talvez daqui quatro ou cincomeses, os e-mails não sejam tão rotineiros, as ligações menos ainda, as visitas se tornem mais eventuais, mas, ainda assim, as marcas que cada um deixou em mim vão ficar. A maneira de falar sorrindo, a maneira de enxergar a vida, a forma de acreditar que o amanhã é logo ali. Tudo isso, independente de qualquer coisa, vai permanecer. E são por todas essas marcas que eu os julgo preciosos, amados, queridos, bússolas, presentes de Deus. Obrigada por mais um ano. Obrigada por me fazerem acreditar na beleza da vida, no amor das pessoas e, sobretudo: obrigada por acreditarem em mim.

Com todo amor de sempre,